Com quase 16 mil casos, a Bahia ocupou o segundo lugar no Nordeste no número de indenizações pagas pelo seguro DPVAT no ano passado. O dado é preocupante, já que a região liderou o ranking das indenizações do seguro em todo o País, puxada pelo saldo de outros estados nordestinos, principalmente o Ceará, que teve 22.864 registros, liderando os pagamentos na região.
Em relação a todos os estados brasileiros, a Bahia ficou em oitavo lugar no ranking de mais pagamentos feitos pelo seguro no ano passado. O ranking é liderado por São Paulo, seguido de Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul e, depois, a Bahia, à frente, portanto, de 19 estados, inclusive com maior frota de veículos, como o Rio de Janeiro.
As indenizações do seguro pagas aos baianos representaram 16,23% do total do Nordeste e 4,86% do total do País. A boa notícia, entretanto, é que houve uma redução de 15,16% em relação às indenizações pagas no estado em 2017.
Os dados regionais do Relatório Anual da Seguradora Líder, administradora do seguro obrigatório, foram divulgados ontem. O DPVAT é, geralmente, pago pelos proprietários de veículos no mesmo cronograma de pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Trata-se de um seguro obrigatório de caráter social que protege os brasileiros em casos de acidentes de trânsito, sem apuração da culpa. Ele pode ser destinado a qualquer cidadão acidentado em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre, e oferece três tipos de cobertura: morte (R$ 13.500), invalidez permanente (até R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada de saúde (até R$ 2.700). A proteção é assegurada por um período de até três anos, conforme ressaltou a Seguradora Líder.
Perfil dos acidentados
Os jovens de 18 a 34 anos, faixa etária economicamente ativa, prevalecem como os mais atingidos pelos acidentes no Nordeste, com mais de 46 mil indenizações pagas. O levantamento do seguro ainda destaca que a região concentrou 35% das indenizações por morte e invalidez permanente, por acidentes com motocicletas, no período analisado. Esses veículos representam 44% da frota total do Nordeste, enquanto que, no Brasil, representam 27%.
“Os dados refletem a violência no trânsito do Nordeste, principalmente em relação às motocicletas. Ainda é muito comum o desrespeito às leis de trânsito e, na maioria dos casos, os acidentes acabam se tornando ainda mais graves pela falta do uso dos equipamentos de segurança”, analisa Arthur Fróes, superintendente de operações da Seguradora Líder, em material distribuído à imprensa.
A Líder ainda explicou a distribuição dos recursos arrecadados: 50% vão para a União, sendo 45% para o Sistema Único de Saúde (SUS) para custeio da assistência médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito, e 5% são para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para investimento em programas de prevenção de acidentes e educação de trânsito. Os outros 50% são direcionados para despesas, reservas e pagamento de indenizações.
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