Um dia após Jair Bolsonaro (sem partido) chamar o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, de “energúmeno” e “ídolo” da esquerda, a Câmara e o Senado decidiram homenagear o pensador, considerado um dos maiores educadores do mundo de todos os tempos. O presidente da República, antes mesmo de chegar ao Palácio do Planalto, já havia dito que pretendia “entrar com um lança-chamas no MEC e tirar o Paulo Freire de lá”.
Nesta terça-feira (17), enquanto senadores davam sinal verde para que seja realizada uma homenagem a Freire no dia 4 de maio de 2020, deputados aprovavam uma moção de aplausos ao pensador.
O requerimento do Senado foi realizado pelo líder do PDT na Casa, Weverton (MA), e aprovado em plenário de forma simbólica. Para o senador Fabiano Contarado (Rede-ES), quem na verdade é um “energúmeno” é Bolsonaro, “um presidente misógino, preconceituoso, sexista, homofóbico e racista”, que “não sabe respeitar as instituições”.
Na Câmara, a iniciativa de aprovar uma moção de aplauso a Freire partiu do líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP). O parlamentar destacou o histórico do educador, lembrado que ele é o brasileiro mais homenageado da história, tendo recebido 29 títulos de doutor honoris causa de universidades americanas e europeias.
“É fácil compreender por que Paulo Freire é estudado, amado e admirado mundo afora, passados mais de 20 anos de seu desaparecimento físico: sua prática educadora fundada na troca, no diálogo, acolhedora de todas as singularidades, é um antídoto contra paixões totalitárias”, disse o psolista.
No momento em que o requerimento foi colocado para votação em plenário, alguns deputados de direita manifestaram repúdio. Congressistas de esquerda, então, reagiram, mas os ânimos se acamaram após a aprovação.
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