Apesar de criticar a política do “toma lá, dá cá” na campanha, Jair Bolsonaro já nomeou mais de 300 indicações de parlamentares aliados para cargos no governo. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo, com dados obtidos junto a aliados do Planalto.
Segundo a publicação, desde julho de 2019, parlamentares pediram a nomeação para mais de 700 cargos federais. Em 45% dos casos, 325 entre o total, o pedido foi atendido. Outros 200 foram rejeitados, e os demais ainda aguardam aprovação.
Até este ano, as nomeações se restringiam a cargos menores. No entanto, com a aproximação do governo com o centrão, passaram a ser negociados postos mais importantes.
Nos últimos dois meses, o governo recebeu 88 pedidos de nomeações de parlamentares. Apenas 11 deles foram atendidos após análise do Palácio do Planalto.
O centrão, grupo formado por PL, PP, PSD e Republicanos, chegou a fazer uma espécie de “consórcio” para definir indicações para cargos. Os nomes podem ser aprovados ou não. O êxito foi alcançado, por exemplo, com o PP de Arthur Lira, que indicou Marcelo Lopes da Ponte para comandar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com orçamento de R$ 54 bilhões.
De acordo com O Globo, o governo estabeleceu um método para aprovar indicações. Na análise prévia, é analisado o currículo do apadrinhado e a checagem da existência de vagas nos órgãos. Em seguida, os nomes serão levados aos ministérios, para que sejam inseridos no sistema de checagem. Posteriormente, há triagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
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