O ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta terça-feira, 19, que o País ‘se perdeu pelo caminho’, em referência à corrupção e aos desvios do dia a dia. “Eu quero dizer que eu vi a fita, eu vi a mala de dinheiro, eu vi a corridinha na televisão, eu li o depoimento de Youssef, eu li o depoimento de Funaro.” Barroso se referiu ao famoso vídeo da ação controlada da Polícia Federal, que pegou o ‘homem da mala’ – Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Temer -, correndo por uma rua de São Paulo, em abril, carregando 10 mil notas de R$ 50, ou R$ 500 mil em dinheiro vivo, propina da JBS. Youssef é o doleiro Alberto Youssef. Funaro é o doleiro Lúcio Funaro. Ambos citados na fala de Barroso, fizeram delação premiada. “Nós vivemos uma tragédia brasileira, a tragédia da corrupção que se espraiou de alto a baixo, sem cerimônia”, afirmou o ministro, na sessão plenária do Supremo. “Um país em que o modo de fazer política e negócios funciona assim: o agente político relevante escolhe o diretor da estatal ou o ministro com cotas de arrecadação. E o diretor da estatal contrata em licitação fraudada a empresa que vai superfaturar a obra ou um contrato público para depois distribuir dinheiros.” Barroso foi enfático. “E aí não faz diferença se foi pro bolso ou se foi prá campanha, porque o problema não é prá onde vai, o problema é de onde vem.” “É a cultura de desonestidade que se cria de alto a baixo, com maus exemplos, em que todo mundo quer levar vantagem, todo mundo quer passar os outros prá trás, todo mundo quer conseguir o seu sem mencionar as propinas para financiamentos públicos, tudo documentado.” .
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