segunda-feira, 15 de outubro de 2018

EM 2003, BOLSONARO PARABENIZOU ‘GRUPOS DE EXTERMÍNIO’ NA BAHIA

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), candidato à presidência, defendeu em 2003 a existência de um grupo de “extermínio” que atuava na Bahia e atribuiu a ele uma suposta diminuição da criminalidade neste período. Em discurso no dia 12 de outubro na Câmara dos Deputados (Aqui), o capitão se opôs a um parlamentar baiano que fez críticas à prática, e disse que o grupo era “bem-vindo” enquanto não se adotava a “pena de morte”.
“Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que tenho — lógico que são grupos ilegais —, a marginalidade tem decrescido. Meus parabéns”, disse Bolsonaro.
De acordo com o advogado Bruno Teixeira Bahia, autor de um estudo para mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal da Bahia (UFBA) sobre os grupos que agiram nesta época, a maior parte dos seus integrantes eram “policiais e ex-policiais”. Em Juazeiro, por exemplo, comerciantes pagavam entre R$50 e R$100 para a organização criminosa cometer os assassinatos.
“Eram compostos, em sua maioria, por policiais e ex-policiais civis e militares, ressaltando, ainda, que em quase todos os casos as vítimas eram jovens, negros e pobres, com idade entre 14 e 26 anos e sem passagem pela polícia”, diz o texto. Bruno relata ainda práticas de tortura como “mãos amarradas”, “unhas arrancadas” e até “ateamento de fogo”, segundo matéria do Congresso Em Foco.
Em seu discurso na Câmara, Bolsonaro ainda defende na época a “política de controle de natalidade”, mesmo que “contra todos os defensores dos direitos humanos”.
“Chega de não darmos meios para evitar que casais coloquem no mundo mais crianças que não terão a mínima condição de cidadania no futuro. Tenho uma proposta modesta: a liberação de laqueadura e vasectomia para todos os maiores de 18 anos”, argumentou o capitão. Ele prossegue e diz acreditar que é o “primeiro passo para o fim da miséria e violência” no Brasil.
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