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A Bahia Pesca está avaliando, desde o início do mês, os impactos, sobre a pesca e seus trabalhadores, do derramamento de óleo que atinge o estado. A companhia estima que cerca de 16 mil pescadores foram afetados, direta ou indiretamente, pelo derramamento de óleo, na região que compreende Salvador, Itaparica, Vera Cruz e praias do Litoral Norte, até a divisa com Sergipe.
Os impactos diretos são a presença do óleo na área de pesca, impedindo a atividade pesqueira. O impacto indireto se reflete na queda do volume de vendas do pescado, já que os consumidores se tornam mais cautelosos nas cidades atingidas pelo óleo.
Nesta semana o presidente da Bahia Pesca, Marcelo Oliveira, e o secretário de Agricultura, Lucas Costa, se reuniram com diversas lideranças pesqueiras das comunidades atingidas para discutir formas de minimizar os impactos do desastre ambiental.
Análise da segurança do consumo
Uma das ações definidas é a coleta de peixes e mariscos para análise laboratorial e envio de relatório à Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia, que determinará se esse pescado é próprio para consumo ou se está contaminado.
“De acordo com alguns pescadores, já há queda nas vendas devido ao receio, por parte dos consumidores, de que o pescado esteja contaminado. Logo, uma investigação sobre as condições sanitárias desses produtos é uma de nossas prioridades, de modo que a Vigilância Sanitária possa descartar riscos ou, se for o caso, recomendar a suspensão da comercialização de peixes e mariscos”, explica Marcelo Oliveira.
Essa coleta é realizada em quatro etapas. Na primeira, os técnicos da Bahia Pesca fazem a identificação das áreas afetadas pelo derramamento de petróleo. Em seguida, visitam as comunidades pesqueiras que foram impactadas com esse óleo.
Essas duas etapas ainda estão em andamento, já que novas manchas de óleo continuam chegando ao estado. Mas já foram visitadas áreas de pesca dos municípios de Conde, Esplanada, Entre Rios, Mata de São João, Camaçari e Lauro de Feitas.
Quase 200 indivíduos serão coletados para análise
A terceira etapa é a coleta dos indivíduos e entrega a um laboratório para que se faça a análise da segurança do consumo do pescado. Essa etapa já está em andamento e deve ser finalizada até a sexta-feira, 1º de novembro. Serão coletados quase 200 indivíduos em seis regiões do estado: Jandaíra (em rio Real), Conde (no rio Itapicuru), Entre Rios (rio Subaúma e rio Sauípe), Camaçari (rio Jacuípe), Lauro de Freitas (rio Joanes), Itapuã (no mar) e Santiago do Iguape (área de controle, não atingida pelo óleo).
“Adicionalmente, a equipe técnica da Bahia Pesca que está em campo repassa todas as informações ao Comando Unificado de Incidente, que reúne os mais diversos órgãos federais, estaduais e municipais, de modo a que se possa estabelecer o quanto antes políticas compensatórias emergenciais aos pescadores”, complementa Marcelo Oliveira.
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