A fila de espera do Bolsa Família chegou a 3,5 milhões de pessoas. O número representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda.
Por causa do gargalo na rede de assistência social, pequenos e médios municípios voltam a encarar a população recorrendo às prefeituras em busca de comida e outros auxílios. Os chamados benefícios eventuais sobrecarregam o orçamento das gestões.
De acordo com informações do Estado de S.Paulo, dados do Ministério da Cidadania apontam queda brusca no volume de concessões do benefício a partir de maio de 2019. Naquele mês, foram 264.159 famílias incluídas na lista de beneficiários. De junho até outubro, as entradas ficaram no patamar de 2.542.
O ministério reconheceu a redução no número de concessões e garantiu que isso seria normalizado com a reformulação do programa. No entanto, técnicos consultados pelo Estadão indicam que a redução pode ter sido uma manobra para garantir o caixa necessário para o pagamento do 13º salário do benefício, promessa de campanha de Jair Bolsonaro.
O supervisor do Núcleo de Desenvolvimento Social da Confederação Nacional dos Municípios, Denilson Magalhães, diz que o congelamento precoupa gestores municipais. “Os benefícios sociais são dinheiro que circula na economia local. Sem eles, deixa de circular dinheiro. Sofrem a economia local e as pessoas mais carentes”, acrescenta.
O Nordeste é onde está a maior parcela de defasagem. Das 1,5 milhão de famílias. 606.835 estão distribuídas pelos nove estados da região. O número corresponde a 39,1% das famílias que deveriam ser beneficiária,s mas não são. Os outros 36,8% estão espalhados pelo Sudeste (total de 571.609 famílias).
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