A disputa pela indicação de vice tendo de um lado o PP com Mario Negromonte e João Leão e o PDT com o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Marcelo Nilo, na chapa que terá Rui Costa como candidato a governador pelo PT, ganhou contornos de melodrama ou ingratidão política. O tempo responderá por isso. O que se vê é o pragmatismo tomando conta da política nos tempo atuais, e, na Bahia, não está sendo diferente. Não se leva mais em conta valores éticos e fidelidade numa relação política diante da maioria crescente dos políticos, em prol de uma manutenção ou conquista de um projeto político a ser levado a julgamento pela opinião pública. Ou seja: A eleição. É a famosa conta da tese do "vale quanto pesa". A prova disso veio à tona com a escolha do quase oficialmente confirmado nome do deputado federal João Leão para ocupar a disputada vaga de vice na chapa de Rui Costa, anunciado aos quatro ventos na semana que passou.
Teria Wagner esperado o tempo certo para se deparar com uma derrapada de alguém para justificar a sua escolha? Talvez não. Mas, alguns tentam justificar que Wagner não gostou do flerte de Nilo ao pousar com ACM Neto e Geddel em fotos na solenidade de posse do novo secretário da Casa Civil e seu amigo, Luiz Carreira, na prefeitura essa semana. E quando o governador participa de inaugurações ao lado do prefeito ACM Neto, alguém reclama por acaso? Na verdade, pode até não ser totalmente assim, mas Wagner escolheu em favor da ameaça aparentemente mais robusta do PP, em detrimento da lealdade de Marcelo Nilo que sempre teve, tanto a ele, quanto a sua trajetória política, militado na oposição desde à época do auge do carlismo, tornando-se uma das poucas vozes que se levantava para enfrentar aquela quase hegemonia política.Definitivamente, essa trajetória no foi critério para Wagner.
Nilo reclama com muita propriedade sobre a clareza com que deveria ser usado os critérios por Wagner para a unção do nome escolhido para ocupar a vaga de vice na chapa. Para Wagner, os números pesam e se confrontam assim: O PP tem 55 prefeitos contra 46 do PDT; três deputados federais pepistas contra dois pedetistas; quanto ao número de deputados na Assembleia, ambos tem cinco cada um; porém, um ponto pesa a favor do PDT mas não está sendo levando em conta por Wagner, o mandato de senador que é ocupado pelo ex-governador João Durval - que tem apito mudo na disputa - mas deveria apitar forte pelo menos em favor do partido. Porém já o anularam.
Veja como às vezes a política prega peças em quem menos merece. Nilo em 2010, articulou pessoalmente para convencer a Otto Alencar a voltar à vida pública para compor a chapa de Wagner - que na época buscava a reeleição - a vaga de vice-governador, tendo que renunciar o cargo que ocupava como conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios -TCM. Nilo foi o grande alfaiate dessa alta costura. Hoje, Marcelo Nilo é descartado por critérios que deveriam ter ido à mesa numa ampla e sincera discussão entre Wagner, ele[Nilo] e o PDT. Como um bom Pôncio Pilatus, Otto lavou às mãos e preferiu não opinar.
Wagner pode achar que deu muito a Marcelo Nilo ao não obstaculizar as quatro vezes que ele elegeu-se presidente da Assembleia, trabalhando até para favorece-lo. Só que, a forma como conduziu a escolha de nada vai contar a seu favor o que houvera feito por Nilo. Quem puxa o rabo do gato da forma como ele puxou arriscar-se a levar uma mordida. Subestimar o capital eleitoral e o poder de articulação de quem tem uma coleção de mandatos não seria bom para a eleição de Rui Costa, porque do outro lado, a oposição solidariza-se com Nilo e abre os braços para recebê-lo. Isso não é bom.
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