No Brasil, cerca de 40% dos lares são chefiados por mulheres. Em 1995, elas eram responsáveis por 23% dos domicílios. Os dados são da pesquisaRetrato das Desigualdades de Gênero e Raça e foram divulgados nesta segunda-feira, 6 de março, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo foi feito com indicadores Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O retrato revela que as famílias chefiadas por mulheres não são exclusivamente aquelas nas quais não há a presença masculina: em 34% delas, há a presença de um cônjuge. Mesmo assim, é elevado o patamar de famílias em que as mulheres não têm cônjuges e têm filhos.
Outro dado apontado na pesquisa é que a renda média das mulheres, especialmente a das mulheres negras, continua inferior não só à dos homens, como à das mulheres brancas.
Jornada de trabalho
As mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana devido à dupla jornada, o que inclui tarefas domésticas e trabalho remunerado. Apesar da taxa de escolaridade das mulheres ser mais alta, a jornada também é.
Em 2015, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas e a dos homens, de 46,1 horas. Em relação às atividades não remuneradas, a proporção se manteve quase inalterada ao longo de 20 anos: mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas; os homens, em torno de 50%.
Menos jovens domésticas
O Ipea destacou também a redução de jovens entre as empregadas domésticas. Em 1995, mais de 50% das trabalhadoras domésticas tinham até 29 anos de idade (51,5%); em 2015, somente 16% estavam nesta faixa de idade. Eram domésticas 18% das mulheres negras e 10% das mulheres brancas no Brasil em 2015.
Escolaridade entre raças
Segundo o Ipea, nos últimos anos, mais brasileiros e brasileiras chegaram ao nível superior. Entre 1995 e 2015, a população adulta negra com 12 anos ou mais de estudo passou de 3,3% para 12%. Entretanto, o patamar alcançado em 2015 pelos negros era o mesmo que os brancos tinham já em 1995. A população branca com tempo de estudo igual ao da negra praticamente dobrou nesses 20 anos, variando de 12,5% para 25,9%.
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