Uma delação premiada coordenada pelo Ministério Público do Estado (MPE) e homologada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) coloca o ex-prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT), no centro de um esquema de corrupção que desviou, entre 2011 e 2016, ao menos R$ 24 milhões.
Segundo o site Bocão News, o delator que ajudou o MP a colocar o ex-prefeito Leonardo Pacheco atrás das grades foi o empresário Luís Cláudio Sampaio Lobo, conhecido como Poi e dono de uma empresa de materiais de construção na cidade.
Segundo a coluna Satélite, do jornal Correio, o empresário apontou a participação direta do ex-prefeito de Santo Amaro e disse que Machado era responsável por negociar pessoalmente com ele os valores das propinas pagas ao petista sobre contratos fraudados.
Era uma listinha que ele (Machado) fazia, tá entendendo? Mais ou menos uns oito a dez números, mais ou menos assim. E essa listagem tinha um valor. Aí eu apresentava a nota, entendeu?”, diz o empresário em um trecho da delação obtido pela coluna do diário baiano. Lobo se referia ao artifício usado para “lavar” os repasses, através de notas fiscais frias que simulavam compra de material de construção fornecido pela empresa do delator, a Ayres Materiais de Construção.
Nos contratos firmados pela prefeitura com a Ayres, o MP aponta que foram desviados R$ 2,73 milhões.
Luís Cláudio Sampaio Lobo também deu detalhes da participação de Leo Pacheco, o ex-vice-prefeito, no esquema. Pacheco teria sido designado por Ricardo Machado para receber a propina em dinheiro ou por meio de depósito em contas bancárias de empresas administradas por Pacheco e outros investigados na Adsumus. Entre os quais, Roberto Santana, dono a Gautech, que está foragido.
Em relação a Machado, mesmo considerando o conjunto das provas contra ele, o juiz Sadraque Oliveira Rios, da Comarca de Santo Amaro, negou o pedido de prisão.
Comente Agora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário