O PMDB continua sendo um partido que manobra o Estado, mas não leva o Brasil. A afirmação é do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em entrevista ao Estadão.
No terceiro dos quatro volumes de Diários da Presidência, o tucano afirma que o partido do hoje presidente Michel Temer é “descarado”. “O PMDB é um partido de Estado. PSDB e PT eram polos eleitorais. O PMDB nunca foi polo de nada. Sempre foi o partido que era capaz de fazer a engrenagem pública funcionar. O PMDB continua sendo um partido que manobra o Estado, mas não leva o Brasil”.
FHC lembrou ainda do incomodo com a movimentação de Aécio Neves para presidir a Câmara dos Deputados. Segundo ele, o PSDB se queixava de que era preterido na ocupação de espaços no governo, ao contrário do PMDB e o PFL (hoje DEM). “Em parte, tinha razão. O PSDB, diferentemente do PT, não tinha força suficiente. Eu precisava do equilíbrio entre PMDB e PFL e, de fato, sacrificava o PSDB. O Aécio é muito hábil, então o partido começou a querê-lo como presidente da Câmara. Eu não me meti, o Aécio virou presidente da Câmara e eu ganhei um abacaxi. A briga entre PFL e PMDB não acabou mais”, diz.
Na discussão da votação da CPMF, tema relatado em seu livro, FHC conta que o PSDB queria se ver livre do PMDB após a votação. “Não era só o Aécio. Muita gente do PSDB queria chutar o PMDB. Então como governo?”
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