O governo concede auxílio-doença sem ter certeza que os beneficiários estão incapacitados para o trabalho, segundo auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). No ano passado, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desembolsou R$ 21 bilhões para pagar o benefício, que só deveria ser dado a quem se acidentou ou ficou doente e não pode trabalhar.
A CGU analisou uma amostra de 9.461 laudos periciais médicos selecionados de forma aleatória de um universo de 826.183 benefícios pagos. 53% dos laudos não possuíam elementos mínimos para atestar a incapacidade. Em alguns casos, não estava preenchida a ocupação do segurado nem a data do início do problema médico.
O auxílio é dado para quem, por motivo de doença ou acidente, fica impedido de trabalhar por mais de 15 dias seguidos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, exceto os domésticos, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador e a Previdência Social paga a partir do 16.º dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados, a Previdência paga o auxílio desde o início.
A CGU também fez um cruzamento de dados das folhas de fevereiro e setembro de 2012 e identificou 24.503 casos com indícios de irregularidades, seja por acúmulo de benefícios ou pagamentos depois da morte do segurado.Pelas fiscalizações nas agências, a CGU concluiu que os peritos e os supervisores médicos periciais faltam ou saem mais cedo sem justificativas em pelo menos 250 agências.
Ainda segundo a CGU, 412 agências não dispõem de condições físicas mínimas de trabalho para os peritos, incluindo divisórias e lavatório. Outras 636 agências não têm o mínimo de equipamentos para o atendimento, como maca, estetoscópio e aparelho de pressão.
O INSS afirmou, em nota, que os problemas estão sendo tratados pela área técnica. Da CNM
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