O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que a Operação Lava Jato “é vítima de uma operação abafa” pelos interessados em desarticular as investigações que tiraram “o véu” sobre os esquemas envolvendo empresários e políticos. “Não acho que estamos vivenciando um momento particularmente pior. Estamos vivendo um momento em que ela vem sendo revelada [a corrupção]. E a gente tem que ter a coragem de continuar puxando esse véu e conservando os olhos de ver. Estamos tendo a oportunidade que a gente nunca viu no Brasil, de mudar o patamar ético da sociedade brasileira”, defendeu Barroso em entrevista ao programa Conversa com Bial. O ministro ressaltou não ser “parceiro do compadrio brasileiro”, mas admitiu que o país sofre com a mentalidade “de aos amigos tudo, aos inimigos, os rigores da lei”. “Há espaços na vida brasileira em que há um pacto ‘você salva os meus que eu salvo os seus’”, sugeriu o magistrado. Apesar do posicionamento firme, todavia, Barroso evitou comentar atos de companheiros do STF, a exemplo do ministro Gilmar Mendes, citado por Pedro Bial durante a entrevista. Barroso, ainda que tenha tangenciado ao comentar sobre “colegas” do Supremo, foi curto ao dizer que não se sentiria confortável em julgar alguém depois de ter sido padrinho de casamento da filha do réu, caso fático em que envolve Mendes e o empresário Jacob Barata Filho, solto por habeas corpus emitido pelo padrinho de casamento da filha dele, o próprio Gilmar Mendes. Do Bahia Noticias.
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