A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi contra o pedido do ex-ministro Geddel Vieira Lima e afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o peemedebista não deverá ter acesso à identidade do autor da ligação anônima que denunciou o bunker onde R$ 51 milhões associados a ele foram encontrados, em Salvador. No entendimento de Dodge, o autor tem o direito de não ser identificado e ele e correria “grave risco” caso isso ocorresse.
“Registre-se, por oportuno, que a identificação das pessoas que forneceram indícios à polícia – considerado o contexto de uma investigação de macrocorrupção, lavagem de dinheiro milionária e poderosa organização criminosa formada por pessoas tão influentes politicamente – pode colocá-las em situação de grave risco pessoal, razão também a sustentar a denegação do primeiro pedido”, escreveu a PGR. Geddel está preso preventivamente após a descoberta do bunker, no bairro da Graça, pela Polícia Federal.
Dodge também concordou com o pedido do ex-assessor de Geddel e do seu irmão Lúcio Vieira Lima, Job Ribeiro Brandão, de reduzir a fiança estabelecida porque seu salário era na verdade muito menor do que os R$ 14 mil brutos do cargo de funcionário comissionado do gabinete de Lúcio. Brandão contou ao STF que devolvia 80% do seu salário aos peemedebistas. A procuradora-geral disse ainda que “adotará as providências necessárias” em relação à revelação feita pelo ex-assessor.
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