Pelo menos 77 crianças morreram vítimas de arma de fogo na Bahia, no ano de 2017. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o número aumentou mais de dez vezes: 1153 jovens adolescentes faleceram.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), mais de 5300 pessoas morreram por disparo de arma de fogo naquele ano. O dado é do último levantamento divulgado pela pasta.
Para o professor do professor de sociologia e coordenador do laboratório de estudos em Segurança Pública, Cidadania e Sociedade (LASSOS), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luiz Cláudio Lourenço, o número de mortes é “preocupante” e, além disso, é um indicativo de que o decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil pode ser um fator de risco para grupos mais favoráveis, como crianças e mulheres.
“Estamos em uma situação preocupante. Se facilitou o acesso às armas de fogo, mas pelas declarações que a gente tem visto não vai haver uma fiscalização maior para saber se a pessoa guarda a arma em um lugar seguro ou até mesmo que é quem vai ser acesso a essas armas”, afirmou ele.
Ainda segundo Lourenço, existe a possibilidade de que os números por morte de arma de fogo aumente. “Não dá para ter uma bola de cristal, mas existe a possibilidade que aumente […] A morte por arma de fogo é muito mais rápido do que com uma faca, por exemplo. Além disso, vivemos em um país onde uam parte das mortes são por motivos banais”, declarou.
Outro ponto que o professor questiona no decreto é sobre a quantidade de armas que cada pessoa vai poder ter. “O cidadão pode ter quatro armas e isso é um número muito preciso. O que não se leva em conta é que a arma, que tem objetivo de proteger ou oferecer segurança, não blinda e não protege. Uma arma não faz uma pessoa deixar de levar tiro. Muito pelo contrário”, disse.
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