O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, criticou nesta quinta-feira (2), em entrevista a Rádio Estadão, a manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para votar novamente o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal para 16 anos, votação que acabou com a aprovação, por 323 votos a favor, de uma PEC mais branda. Mello afirmou que o Brasil vivencia “tempos muito estranhos” , de “perda de parâmetros” e que a “pedalada” no regimento executada por Cunha “abandona a Constituição Federal”. O ministro do STF reafirmou ainda sua posição contra a redução da maioridade penal, afirmando que a medida dá uma “esperança inútil” à sociedade de que a situação da criminalidade envolvendo jovens e adolescentes será resolvida. “A redução não é a solução. Precisamos combater as causas”, sentenciou. Marco Aurélio também comentou que “não gostaria de estar na pele da presidente Dilma” ao falar sobre a aprovação, pelo Senado, do reajuste de 78% nos salários de servidores do Judiciário federal, em um período no qual o país vive um ajuste fiscal. Na entrevista, o ministro também afirmou que “alguma coisa está fora do eixo” ao comentar o grande número de delações premiadas por parte dos investigados na Operação Lava Jato. “Nunca me deparei com tanta delação premiada.Todos querendo salvar a própria pele. Só espero que elas tenham sido espontâneas”, afirmou.
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