domingo, 21 de abril de 2019

ITAPITANGA, GONGOGI E OUTROS 25 MUNICÍPIOS DO SUL DA BAHIA TÊM ÁGUA CONTAMINADA

Um estudo realizado pela ONG Repórter Brasil, Agência Pública e organização suíça Public Eye, revelou dados alarmantes sobre a qualidade da água em 25 municípios do sul da Bahia, incluindo Itapitanga. Estudos apontam contaminação das fontes que abastecem Itapitanga,  Gongogi, Gandu,  Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Itagibá, Itaju do Colônia, Itapé, Itapitanga, Ipiaú, Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Ubatã, Una e Uruçuca. 
Um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de 1 em cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017, segundo estudo realizado em conjunto pela ONG, Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar.
Desses, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. De acordo com o estudo, entre as cidades com água contaminada com agrotóxico estão Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Camacan, Canavieiras, Coaraci, Dário Meira e Floresta Azul.
No estremo-sul do estado, estão na lista as cidades de Alcobaça, Belmonte, Eunápolis, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Itabela, Itagimirim, Itamaraju, Itapebi, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Prado. Na Bahia, são 271 cidades com problemas, segundo o estudo.

ORIGEM DOS DADOS
Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento.
Os números revelam que a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017. Nesse ritmo, em alguns anos, pode ficar difícil encontrar água sem agrotóxico nas torneiras do país.
Embora se trate de informação pública, os testes não são divulgados de forma compreensível para a população, deixando os brasileiros no escuro sobre os riscos que correm ao beber um copo d’água. Em um esforço conjunto, a Repórter Brasil, a Agência Pública e a organização suíça Public Eye fizeram um mapa interativo com os agrotóxicos encontrados em cada cidade. O mapa revela ainda quais estão acima do limite de segurança de acordo com a lei do Brasil e pela regulação europeia, onde fica a Public Eye.

PERIGO DE CÂNCER
Entre os agrotóxicos encontrados em mais de 80% dos testes, há cinco classificados como “prováveis cancerígenos” pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e seis apontados pela União Europeiacomo causadores de disfunções endócrinas, o que gera diversos problemas à saúde, como a puberdade precoce.
Do total de 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente. A falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017.
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