terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO DE TEMER NO RJ É CONSIDERADA USURPÇÃO DO DISCURSO DE BOLSONARO, QUE ACUSA O GOLPE

O professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, Wilson Gomes, avalia que a investida militar do presidente Michel Temer (MDB) no estado do Rio de Janeiro ocupa pedaço estratégico do mercado eleitoral do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
“Michel Miguel é o cara mais versátil deste país. Quando vê uma oportunidade, se repagina e vira outra coisa. Vai de neoliberal a prende & arrebenta em 10 minutos. Fez o que pôde para tocar a agenda da Fiesp e dos seus patos. Quando viu que deu ruim, resolveu invadir a praia dos bolsominions”, escreveu o professor, que coordena e desenvolve pesquisas sobre as relações entre comunicação e democracia.
No comentário publicado hoje no Facebook, Gomes sintetizou bandeiras levantadas pelos seguidores do deputado federal: “Não é questão de ser contra ou a favor do Bolsonaro. O fato é que ele é o único que faz campanha para a redução da maioridade penal, fim da progressão penal, penas maiores para estupradores, é a favor do porte de armas, etc. Ninguém defende essas coisas dentro do congresso”.
Em resposta a esse imaginário associado ao discurso político do deputado, Wilson Gomes lembrou que “Bolsonaro pode ser tudo isso, mas foi Temer que achou que Ministério da Defesa é coisa de fresco e vai criar o Ministério do Ataque. Enquanto Bolsonaro prometia metralhar a Rocinha, Temer foi lá e mandou as tropas passarem fogo na vagabundagem, esses amiguinhos dos esquerdopatas. Enquanto Bolsonaro promete a mandioca, Temer já está preparando a tapioca, otário”.
A análise do pesquisador coincide com os desdobramentos da intervenção militar no Rio de Janeiro. O governo Temer, autointitulado liberal e modernizante, defende o uso de mandado de busca coletivo nas favelas. Para juristas como Aury Lopes Jr., ESSE instrumento jurídico é “absolutamente legal e inconstitucional”. No seu curso de Direito Processual Penal, o jurista explica que o mandado coletivo ou “genérico” pode autorizar buscas “em quarteirões inteiros (obviamente na periferia), conjuntos residenciais ou mesmo nas ‘favelas'”.

ESSE DISCURSO É MEU
“Temer já roubou muita coisa, mas meu discurso ele não vai roubar, não”, disse Bolsonaro, em entrevista ao jornalista Tales Faria, do Poder 360.
Em tempo: quando Bolsonaro desembarcou no Partido Social Liberal, membros da corrente liberal do PSL desfiliaram-se da legenda.
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