O crédito de uma ação trabalhista quitada após três anos de seu ajuizamento no Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5-BA) teve que esperar 26 anos para ser pago a quem de direito – o vigilante Miraldo de Oliveira, atualmente com 67 anos – pela simples falta de acompanhamento do processo, o que ocasionou o seu arquivamento. O pagamento, realizado na tarde desta quarta-feira (2/12), só foi possível graças à preservação dos autos do processo no arquivo do TRT, o que possibilitou o trabalho de investigação realizado pela Seção de Análise Documental (SAD), setor ligado à Coordenadoria de Execução e Expropriação que tenta encontrar pessoas com valores a receber e cujos processos foram parar no arquivo.
”Por se tratar de uma empresa grande, eu achei que não daria em nada e segui com minha vida”, relatou o trabalhador, atualmente aposentado, pai de quatro filhos e avô de dois netos. A atual companheira, Marinalva de Almeida, com quem está casado há 14 anos, também se surpreendeu com a ação da Justiça em localizá-los. ”Achamos se tratar de trote, pois ele nem lembrava mais deste processo”, disse. ”Agora que sabemos que é verdade mesmo, não sabemos o que vamos fazer com o dinheiro, mas certamente ele chegou em boa hora”, concluiu Marinalva.
O alvará de liberação do crédito foi entregue ao reclamante pelo juiz da Coordenadoria de Execução, Murilo Sampaio Oliveira, que atuou na localização do trabalhador. A entrega aconteceu na Escola Judicial do Tribunal, justamente durante um evento que discutia a importância da memória institucional para a Justiça do Trabalho. Estiveram presentes, além do juiz Murilo Sampaio Oliveira, o corregedor regional, desembargador Esequias de Oliveira, que também preside a Comissão Permanente de Documentação do TRT5-BA, a desembargadora Margareth Costa, e os servidores Heron Oliveira (SAD) e Benedito Santana (Seção de Gestão Documental).
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