Um garoto de 8 anos que teve o olho perfurado por um espeto ferro usado para churrasco, há uma semana, se recupera da lesão que quase o levou à morte. Segundo os médicos, Rian Santos teve poucas sequelas e responde bem ao tratamento. Ele segue internado no Hospital Manoel Novais, na cidade de Itabuna.
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, da Tv Globo, o garoto falou que ainda tem dificuldades, mas consegue enxergar.
“Eu enxergo meio embaçado, mas estou conseguindo enxergar”, disse a criança.
O caso aconteceu em 23 de julho, na cidade de Santa Luzia, também no sul do estado, e chamou a atenção pela gravidade. “Como uma criança que teve uma lesão tão grave consegue estar tão bem”, disse o neurocirurgião, Jean Claude Bonfim, que operou o menino Rian, em Itabuna.
A recuperação do menino surpreendeu a toda equipe médica que cuidou do caso. “Me surpreende essa criança ter chegado viva até a gente, propiciado fazer o tratamento e ela saiu bem”, disse Iogo Araújo, neurocirurgião, que ajudou no processo cirúrgico.
“Quando sarar eu vou poder brincar de bola e ir para escola. Eu também vou ser jogador, mas eu prefiro ser atacante do que zagueiro e volante”, disse Rian Santos.
Os dois médicos conseguiram retirar o espeto após três horas de cirurgia. O garoto quase não temsequelas. A pálpebra direita do menino não abre e nem fecha sozinha, mas ele pode recuperar o movimento quando o olho desinflamar.
O menino contou que estava indo para casa quando caiu e o espeto, que estava na mão dele, acabou perfurando o olho.
“Eu estava indo para casa guardar o espeto, aí na hora que pisei no meio-fio, o meu pé escorregou e eu caí. Eu levantei e já estava no meu olho [o espeto]”.
Ao ser perguntado se sentiu dor em algum momento, o menino foi sucinto e, apesar de dizer que ficou com medo, a criança afirmou que não sentiu “nada”. A irmã de Rian, Ana Paula Santos disse que por pouco não puxou o espeto do olho do garoto.
“Eu vi o meu irmão desesperado. Ele com o espeto no olho e pedindo ajuda. Eu quase tirei o espeto, mas um homem puxou a minha mão e não deixou”.
Cirurgia
O espeto de ferro entrou pela órbita direita, cavidade onde fica o olho, raspou pela carótida, artéria que leva o sangue para o cérebro e atingiu o tronco encefálico, região que comanda as funções vitais, como o batimento do coração, respiração e, mesmo assim, nada de grave aconteceu.
“Isso porque dentro do tronco encefálico existe pequenas áreas específicas que permitem a manipulação sem comprometer essas funções. Ele poderia ter ido a óbito imediato ou não acordar mais, ou ficar dependente de aparelhos para manter as funções vitais”, disse Iogo Araújo.
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